Durante 10 dias consecutivos, entre 18 e 28 de dezembro de 1995 o Hubble Space Telescope foi apontado para uma região do céu que, mesmo observada pelos grandes telescópios da época, parecia estar livre de qualquer objeto. Esta pequena área, com apenas 144 segundos de arco de diâmetro (o que equivale ao tamanho angular de uma bola de tênis vista a uma distância de 100 metros), estava localizada na constelação Ursa Major. A imagem final consistiu da reunião de 342 exposições isoladas da região feitas com a poderosa Wide Field and Planetary Camera 2 do Hubble Space Telescope. Praticamente todos os objetos mostrados na imagem, cerca de 3000, são galáxias muito distantes.
A imagem do Hubble Deep Field North está mostrada abaixo. Observe com atenção. Uma região do Universo que parecia estar desprovida de estrelas ou galáxias apresentou a riqueza incomum em termos de galáxias e quasares mostrada na imagem. Isso apenas nos provava que ainda conhecíamos muito pouco do conteúdo de matéria do Universo.
Poderíamos argumentar que o HST, casualmente, teria observado uma região atípica do céu. Ao fazer o mesmo tipo de observação prolongada no céu do hemisfério sul, também em uma região onde parecia não haver objetos observáveis, o HST registrou outra vez a riqueza do universo que ainda era desconhecida.
Desta vez o Hubble Space Telescope observou uma pequena região na constelação Tucana durante 10 dias, em setembro e outubro de 1998.
O Hubble Space Telescope não foi o único a obter imagens de campo profundo do Universo. Seguindo esta abordagem o National Optical Astronomy Observatory (NOAO) também fez uma imagem deste tipo fotografando uma pequenina região do céu localizada na constelação Boötes. A imagem abaixo mostra uma parte deste campo onde estão registradas mais de 300000 estrelas e galáxias. Este número é bem maior do que aquele registrado pelo Hubble Space Telescope por que o levantamento do NOAO foi de um campo amplo (wide field), bem maior do que o registrado pelo telescópio orbital. Na verdade, o levantamento total do NOAO inclui mais de cinco milhões de galáxias!
A procura pelos limites do Universo visível ainda continuava. Acumulando dados ao longo do período de 3 de setembro de 2003 a 16 de janeiro de 2004, o Hubble Space Telescope conseguiu a mais profunda imagem do Universo obtida até hoje na região do visível do espectro eletromagnético. Este é o chamado "Hubble Ultra Deep Field" (HUDF), uma imagem de uma pequena região do espaço que mostra como o Universo era há cerca de 13 bilhões de anos. esta região está localizada a sudoeste de Orion, na constelação Fornax. Ela tem apenas 3 minutos de arco quadrados, menor do que um grão de areia mantido à distância do comprimento de um braço!
Estima-se que existam cerca de 10000 galáxias nesta imagem cuja área é de apenas 1/10 do diâmetro da Lua Cheia vista da Terra. Esta impressionante imagem é o resultado de uma coleção de 800 exposições feitas pelo Hubble Space Telescope ao longo de 400 voltas em torno da Terra.
Observatório Nacional
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