quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Novo robô marciano

Foi adiado para 2011 a lançamento da nova geração de robôs para exploração de Marte, ainda faltam muitos testes e a próxima janela para lançamento (período ideal em função do posicionamento Terra-Marte) será em 2011. Na foto vemos ao meio o primeiro modelo, o Sojourner, a esquerda uma réplica do Spirit e a direita o novo modelo que irá investigar o solo marciano e buscar por evidências de condições para o planeta ter abrigado vida no passado.



NASA

 

Iridium Flare

Praticamente todos nós já brincamos de dirigir os raios do Sol com um pequeno espelho de mão. Nessas experiências vimos como é possível fazer os raios atingirem longas distâncias, refletir em janelas e iluminar locais bem longínquos. Manuais de salvamento também contêm vasta literatura a respeito de como usar os espelhos para chamar a atenção das equipes de busca, que a dezenas de quilômetros podem ver o reflexo dos que pedem socorro.

Com o objetivo de popularizar a telefonia via satélite na década de 1990, um grupo de investidores americanos criou a empresa Iridium e colocou no espaço dezenas de satélites de comunicação em órbita baixa, ao redor de 780 km, cada um deles composto de 3 antenas planas e metálicas de 188cm x 86cm, separadas entre si por um ângulo de 120 graus. Atualmente, o sistema Iridium é pouco usado, mas os satélites da constelação ainda estão bem ativos no espaço e conta com 81 objetos em órbita.
O que a empresa Iridium não imaginava é que as três antenas, por serem altamente polidas e estarem inclinadas em 40 graus, podiam refletir os raios de Sol exatamente igual à brincadeira dos espelhos e poderiam servir para uma verdadeira aula de física e ótica nas escolas e universidades. Surgia então o termo Iridium Flare, o intenso flash de luz provocado pelo reflexo do Sol nas antenas metálicas dos satélites Iridium.

Quando dizemos intenso, não estamos exagerando. Em muitas ocasiões o flash é tão forte que pode atingir magnitude -9, o que equivale a 30 vezes o brilho do planeta Vênus. Os flashes podem ser vistos com muita facilidade e a única exigência é que o observador saiba para onde olhar e em qual momento. O tempo de duração não é fixo, mas já presenciamos flashes de até 15 segundos.

Por que acontece?

Como explicado, um dos mecanismos responsáveis pelo flash é o reflexo do Sol em uma das três antenas principais, chamadas MMA (Main Mission Antennas) mas em algumas ocasiões o reflexo também pode ser originado nos painéis solares. As antenas são construídas em alumínio banhado em prata e montadas com inclinação de 40 graus em relação ao corpo do satélite.

Além das antenas e do painel solar, outro elemento responsável pelos flashes é a posição do satélite, que tem seu eixo vertical rigidamente apontado na direção da Terra. Mantida esta configuração, uma das antenas sempre apontará para frente.
A precisão na posição dos elementos acima é que faz com que os flashes possam ser calculados e previstos com exatidão, já que a posição de todos os elementos é perfeitamente conhecida.

Outros dados necessários ao cálculo são a posição do satélite, a localização do observador e a posição do Sol com relação a esses dois. Uma vez que esses parâmetros sejam conhecidos são usadas as fórmulas tradicionais de trigonometria esférica e principalmente da lei dos espelhos, necessária para calcular o ângulo da reflexão, também chamado de ângulo especular.

Aqui na Terra

O reflexo do Sol em uma das três MMAs produz na superfície da Terra um pequeno spot, ou círculo luminoso, de aproximadamente 10 km de diâmetro, que se move à medida que o satélite e a Terra também se movimentam.

O flash ou Iridium Flare ocorre quando o observador se encontra dentro do spot e será mais intenso quanto mais próximo estiver do seu centro. Isso significa que os cálculos para sua observação serão mais precisos quanto mais exatas forem as coordenadas fornecidas pelo observador, já que pequenas variações podem deslocar o foco do spot.





No link vc pode prever as ocorrências para a sua cidade:

Iridium Flare

 

A imagem mais nítida de Júpiter

Com uma nova técnica de óticas adaptivas conjugadas, a correção do campo visual foi 30 vezes maior que o modo tradicional. Para captura da imagem foi utilizado um telescópio com espelho de 8.2 metros no Chile.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Sistema 3C321

Duas galáxias formam este sistema, ambas possuem buracos negros em seu centro, um deles está aborvendo grande quantidade de gases e ao mesmo tempo liberando um jato de partículas praticamente a velocidade da luz, o efeito é devastador na galáxia vizinha:



(Imagem do Chandra, observatório em Raio-X)

Veja a animação para entender melhor:

Sirius



Uma das mais belas estrelas do nosso firmamento, possui uma grande magnitude em razão da curta distância entre nós, está a somente 8,7 anos luz da Terra. Ela emite 23 vezes mais luz do que o Sol e é 1,8 vezes maior do que ele.

Do ponto de vista histórico, Sirius sempre foi o centro das atenções, fruto de um significado muito especial dado pelas mais diversas culturas.
Foi alvo de adoração sob a alcunha de Sothis no Vale do Nilo do Egipto, muito antes de Roma ter sido fundada, tendo sido construídos diversos templos de forma a permitir que a luz de Sirius penetrasse em seus altares internos. Crê-se que o calendário egípcio seria baseado na ascensão helíaca de Sirius, a qual ocorre um pouco antes das cheias anuais do rio Nilo e do solstício de verão.
Na mitologia grega, consta que os cães caçadores de Órion teriam sido elevados ao céu, pelas mãos de Zeus, na forma da estrela de Sirius ou do conjunto de constelações de Cão Maior e Cão Menor. Os antigos gregos também associavam Sirius ao calor do verão, apelidanndo-a de Σείριος (Seirios), geralmente traduzido como o escaldador, o que explicaria, por exemplo, a expressão calor do cão.

Na astrologia da Idade Média Sirius era a estrela fixa de Behenia, associada ao berilo e ao junípero, com o símbolo cabalístico listado por Heinrich Cornelius Agrippa.

Em 1909, Ejnar Hertzsprung sugeriu que Sirius fizesse parte de Ursa Major, contudo, pesquisas mais recentes realizadas por Jeremy King e outros na Universidade Clemson em 2003 questionam a veracidade dessa hipótese, visto que os dois componentes de Sirius aparentam ser muito jovens.

Sistema Binário

Em 1844, Friedrich Wilhelm Bessel deduzira que Sirius era na verdade um sistema binário e em 1862 Alvan Graham Clark identificara a estrela companheira, apelidando-a de Sirius B ou, carinhosamente, “o cachorrinho”, sendo que as duas estrelas orbitam entre si separadas por 20 unidades astronômicas aproximadamente. A estrela visível a olho nu é actualmente referida como Sirius A.

Em 1915 astrônomos do Observatório de Monte Wilson determinaram que Sirius B era uma anã branca, a primeira a ser descoberta. Curiosamente, isso significa que Sirius B terá tido originalmente uma massa muito superior à de Sirius A.

(Sirius B é o pontinho luminoso da imagem acima)

Mistérios

Existem alguns mistérios ainda por resolver no que respeita a Sirius, nomeadamente:

• Algumas irregularidades orbitais aparentes em Sirius B têm sido observadas desde 1894, sugerindo uma diminuta terceira estrela companheira, cuja existência ainda não foi confirmada.

• Segundo, antigas observações, Sirius terá sido descrita como uma estrela vermelha, ao passo que hoje em dia Sirius A é uma estrela branco-azulada. A possibilidade de ter ocorrido uma evolução estelar em ambas as estrelas, poderia explicar estas discrepâncias, sendo no entanto uma hipótese rejeitada pelos astrônomos, que se baseiam na tese que nega a possibilidade de ter ocorrido semelhante fenómeno no espaço temporal de apenas alguns milênios uma vez que não existem indícios de quaisquer rastros de nebulosidade, o que seria um sinal evidente de tal evolução. No entanto, uma explicação alternativa, também ligada ao misticismo ou às crença populares, se especula que a sua cor vermelha seria uma metáfora para má sorte.

• Algumas correntes sugerem que a tribo Dogon de Mali teria conhecimento de uma ou mais estrelas companheiras invisíveis a olho nu antes de terem sido descobertas no século XIX por meio de cálculos astronômicos, o que tem sido fonte de especulação para ufólogos, descrito como tema principal no livro “The Sirius Mistery”, de Robert Temple.

• Apesar de ter sido confirmado apenas em 1844 que se trata dum sistema binário, muitos gregos já consideravam Sirius como um elemento duplo, haja vista a lenda que gira em torno da estrela.

Wikipedia

Medidas cósmicas - parte II de II

Importantes trabalhos sobre a estrutura em larga escala do Universo foram feitos nos últimos anos. O Hubble Space Telescope foi utilizado para obter imagens de galáxias e quasares situados a distâncias impressionantes. Esses dois projetos, chamados de "Hubble Deep Field North" e "Hubble Deep Field South" nos revelaram um Universo até então desconhecido.

Durante 10 dias consecutivos, entre 18 e 28 de dezembro de 1995 o Hubble Space Telescope foi apontado para uma região do céu que, mesmo observada pelos grandes telescópios da época, parecia estar livre de qualquer objeto. Esta pequena área, com apenas 144 segundos de arco de diâmetro (o que equivale ao tamanho angular de uma bola de tênis vista a uma distância de 100 metros), estava localizada na constelação Ursa Major. A imagem final consistiu da reunião de 342 exposições isoladas da região feitas com a poderosa Wide Field and Planetary Camera 2 do Hubble Space Telescope. Praticamente todos os objetos mostrados na imagem, cerca de 3000, são galáxias muito distantes.

A imagem do Hubble Deep Field North está mostrada abaixo. Observe com atenção. Uma região do Universo que parecia estar desprovida de estrelas ou galáxias apresentou a riqueza incomum em termos de galáxias e quasares mostrada na imagem. Isso apenas nos provava que ainda conhecíamos muito pouco do conteúdo de matéria do Universo.



Poderíamos argumentar que o HST, casualmente, teria observado uma região atípica do céu. Ao fazer o mesmo tipo de observação prolongada no céu do hemisfério sul, também em uma região onde parecia não haver objetos observáveis, o HST registrou outra vez a riqueza do universo que ainda era desconhecida.

Desta vez o Hubble Space Telescope observou uma pequena região na constelação Tucana durante 10 dias, em setembro e outubro de 1998.




O Hubble Space Telescope não foi o único a obter imagens de campo profundo do Universo. Seguindo esta abordagem o National Optical Astronomy Observatory (NOAO) também fez uma imagem deste tipo fotografando uma pequenina região do céu localizada na constelação Boötes. A imagem abaixo mostra uma parte deste campo onde estão registradas mais de 300000 estrelas e galáxias. Este número é bem maior do que aquele registrado pelo Hubble Space Telescope por que o levantamento do NOAO foi de um campo amplo (wide field), bem maior do que o registrado pelo telescópio orbital. Na verdade, o levantamento total do NOAO inclui mais de cinco milhões de galáxias!



A procura pelos limites do Universo visível ainda continuava. Acumulando dados ao longo do período de 3 de setembro de 2003 a 16 de janeiro de 2004, o Hubble Space Telescope conseguiu a mais profunda imagem do Universo obtida até hoje na região do visível do espectro eletromagnético. Este é o chamado "Hubble Ultra Deep Field" (HUDF), uma imagem de uma pequena região do espaço que mostra como o Universo era há cerca de 13 bilhões de anos. esta região está localizada a sudoeste de Orion, na constelação Fornax. Ela tem apenas 3 minutos de arco quadrados, menor do que um grão de areia mantido à distância do comprimento de um braço!



Estima-se que existam cerca de 10000 galáxias nesta imagem cuja área é de apenas 1/10 do diâmetro da Lua Cheia vista da Terra. Esta impressionante imagem é o resultado de uma coleção de 800 exposições feitas pelo Hubble Space Telescope ao longo de 400 voltas em torno da Terra.

Observatório Nacional

Medidas cósmicas - parte I de II

Somos pequenos? Depois de verem certas demonstrações, muitos dizem que sim, que somos insignificantes, discordo, pois a nossa grandeza está na capacidade de enxergar e nos situarmos perante essas medidas.